quarta-feira, 23 de março de 2011

PECADO E PECADOR

Pecado e pecador

A sociedade humana possui a tendência de separar os elementos que a compõem.


De um lado,

há os que apresentam aspectos positivos de comportamento.


Caracterizam-se pelo cumprimento dos próprios deveres e

por não representarem perigo para os demais.


De outro,

colocam-se os considerados perigosos ou indesejáveis.


Há quem afirme que os direitos humanos deveriam

ser assegurados apenas para as denominadas pessoas de bem.


Já em relação aos demais, nutre-se, muitas vezes de forma velada, o desejo de que sejam exterminados.


É com dificuldade que são tolerados,

mas sem muitas considerações para com suas necessidades ou dores.


Não se advoga que a sociedade deixe de se acautelar contra o mal, onde e como se apresente.


É preciso mesmo prevenir os vícios e as tragédias que engendram.


Contudo,

urge, a título de combater o desequilíbrio,

não odiar o desequilibrado.


A respeito, há uma interessante passagem na Terceira Epístola de João Evangelista.


Nela,

o Apóstolo exorta a que se siga sempre o bem.


E afirma que quem faz o bem é de Deus, mas quem faz o mal não tem visto a Deus.


Veja-se que ele não separa os homens entre bons e maus.


Não os divide entre justos e pecadores.


Não assevera que alguns são de Deus e outros não.


Apenas afirma que quem faz o mal tem-se mantido distante do Pai Celestial, não O tem visto.


Trata-se de uma visão lúcida e justa da realidade humana.


Quem já luta para cumprir seus deveres milita entre os Espíritos que começam a compreender o Pai.


Já os desequilibrados,

os desonestos e os violentos

ainda não conseguem pressenti-lO.


Como autênticos e graves enfermos espirituais, causam dores para si e para os outros.


Incapazes de compreender o funcionamento das Leis Divinas,

semeiam tragédias em seus caminhos.


Lamentáveis, mas ainda assim humanos, amados filhos de Deus.


Seus atos devem ser contidos, para o bem de todos.


Mas eles próprios precisam ser educados.


A principal lição do Evangelho é a fraternidade.


Jesus foi enfático ao afirmar que os sãos não necessitam de médico.


Assim,

é despropositado que quem se afirma cristão

deseje o extermínio de seus irmãos mais infelizes.


O homem caído não é alguém a ser aniquilado.


Ele representa a ovelha perdida, o precioso filho pródigo, na belíssima linguagem evangélica.


Importa,

pois, rever

o sentir em relação aos conceitos de pecado e pecador,

de crime e criminoso.


Lute-se contra o crime, mas amparando quem se lhe enredou nas malhas tenebrosas.


Que jamais se deseje a desgraça para quem já é em si muito desgraçado.


Do Evangelho,

extrai-se com clareza não haver vitória sem união.


Apenas da vivência da genuína fraternidade é que surge a paz, pessoal e coletiva.


Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 122, do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 22.03.2011.

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