domingo, 6 de maio de 2012

CONTOS DO CONTADOR CANTANTE





QUERO MUITO ESCREVER, MAS NÃO QUERO AQUELAS COISAS TOLAS. 
    
Mas, se as coisas tolas são as que mais tocam nosso coração, como não falar delas?

Se as histórias que contornam caminhos floridos, 
as canções que perfumam as janelas ao amanhecer, 
os aromas que se encaixam sonoros em nossos corações, 
se tudo isto vai se entrelaçando nos pensamentos; 
lembranças; saudades, como não falar das coisas tolas?

São tolas as tolices da nossa juventude? 
Quando sem perceber estamos flutuando; quando o amor chega?

São tolas as tolices quando pensamos que amamos para a eternidade?

Ou são muito tolas as tolices, 
as histórias, 
os contornos,
os contos, 
os odores e 
os amores?

Nada disto é tolice, tolice seria pensar que poderíamos viver sem as coisas tolas.

Pois são estas tolas tolices que clareiam nossa luz quando esta se apaga; 
são estas tolices tão tolas que vêm vagarosamente insunuantemente,
 tolamente se encaixando em nós.

Serei tola enquanto a tolice do meu coração continuar batendo, 
às vezes compassadamente, 
outras vezes vagaroso,
e muitas outras tão rápido que nem a maior tolice dos tolos 
será capaz de lhe correr atrás.

Nieta Ede – 15:37 h.11 DE ABRIL DE 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

VENCEDORES

Vencedores
Quando se contam histórias de triunfadores, de pessoas que venceram óbices e alcançaram seus sonhos, a reação de muitos é de incredulidade.
Ou, então, se ouvem expressões como: Bom, mas esse é um caso em mil... ou milhão.
No entanto, cada vez mais se apontam exemplos de tenacidade, de esforço hercúleo, de criaturas que superaram todas as expectativas.
E era justamente por esse motivo que aquele caminhoneiro, sentado na plateia, chorava sem parar.
Ele estava acostumado a viajar pelas estradas deste imenso país. Semanas e semanas longe do aconchego do lar, vencendo os quilômetros, entregando preciosas cargas, em obediência a prazos apertados.
Um trabalho solitário, na boleia do seu caminhão, dirigindo horas a fio. Vez ou outra, uma buzina amiga lhe diz que outro solitário motorista se encontra, também, vencendo a estrada, quilômetro a quilômetro.
Um acenar de mãos, um sorriso. Depois, o retorno à monotonia do asfalto.
Sol, chuva, frio, calor, lá está o senhor Renê Martins no seu mister.
Naquele final do ano de 2009, ele apertava a mão da esposa, dona de casa, ao seu lado, igualmente emocionada e procurava entender como seu filho chegara tão longe.
Seu filho, um belo rapaz de vinte e sete anos, Wallace, ali estava para receber um prêmio internacional em um Congresso sobre Processamento de Sinais.
Nascido e criado numa zona de guerra do Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão, Wallace já fora o centro das atenções na formatura da turma da Faculdade de Engenharia Eletrônica e da Computação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Cursando o doutorado, ele mostrou ser possível usar pequenos artifícios para aumentar a quantidade de dados transmitidos por TV digital e banda larga móvel.
O filho de um caminhoneiro e uma dona de casa, nascido em local de intranquilidade e, para muitos, símbolo de desordem e criminalidade.
Mais um vencedor. Mais um exemplo a ser seguido. Em tempos em que tanto se fala a respeito de jovens envolvidos com drogas, com festas rave e outras loucuras, alguém que demonstra o valor da vontade.
Quando se ouve que quem não tem apadrinhamento no mundo não vence, é bom conhecer a história de Wallace que, à semelhança de outros tantos, venceu por seu esforço, por sua dedicação aos estudos.
E diz, através do seu exemplo, a todos os jovens como ele próprio, ou aos adolescentes que se preparam para o ingresso universitário, que não importam raízes, quando se perseguem metas com tenacidade.
Demonstra que o mundo bom pelo qual anelamos vai se alicerçando, a pouco e pouco, embora, na face da Terra.
Exemplifica que, quando se vão colher louros, não se deve esquecer dos que nos ofertaram o corpo físico, nos alimentaram e conosco sonharam: nossos pais.
Finalmente, de que é o Espírito imortal que define diretrizes e pode, energicamente, suplantar óbices, afastar pedregulhos e conquistar sonhos.
Pode-se, enfim, tocar as estrelas e conquistar a lua.
Pensemos nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com base em fato, narrado por
Carlos Rydlewski, em
Seleções Reader´s Digest, de junho de 2010.
Em 02.05.2012.